Interior da Oficina de fundição do Ginásio Industrial.
A tecnologia de fundição se constitui uma das mais antigas inventadas pelo homem em sua relação com a natureza em busca de sua sobrevivência. A oficina de Fundição da década de 1960 apresenta os elementos básicos do processo de fundição – o forno – a esteira – os controles eletromecânicos - evidenciando um contexto ao qual o ofício da fundição não havia se apropriado da tecnologia de automação e controle, tornando o processo de ensino-aprendizagem uma atividade laboral sujeita a riscos. Como atividade de ensino, o ofício da fundição passaria por significativas mudanças na ETFES com a criação do curso de Metalurgia em 1979, curso voltado para atender a implantação da Companhia Siderúrgica de Tubarão.
Ao final da década de 1960 o crescimento da oferta de matrículas dos cursos técnicos industriais, dos cursos do ginásio industrial e dos cursos de aprendizagem foram a tônica da instituição. Naquele contexto, o ensino profissionalizante industrial era perpassado pela questão de gênero, sendo praticamente um ofício masculino. A organização pedagógica da sala de aula evidencia um ensino tradicional, centrado no professor como transmissor do conhecimento , o que requeria disciplina e atenção dos estudantes.
UntitledAlunos do Curso Técnico de Edificações, em aula na sala de Desenho
A sala de aula para o ensino do Desenho Técnico retrata o modelo e concepção de educação técnico-profissional, evidenciando o rigor disciplinar, a concentração necessária à produção da atividade e a organização pedagógica do espaço. Construídos em madeira, as mesas e os bancos reproduziam um espaço de trabalho na indústria, requerendo do estudante uma postura corporal e uma atenção para a atividade do desenho. Os equipamentos para o ensino-aprendizagem do desenho técnico, como régua T, compasso, esquadro e escalímetro retratam um contexto ao qual se fazia necessário um nível de competência, abstração e habilidade manual para o traçado dos riscos e linhas, no exercício da tarefa.
A sala de Desenho Projetista do curso de Edificações mostra como a tecnologia fora apropriada na organização do espaço pedagógico. A tecnologia da vídeo aula, as carteiras com estofamento, as mesas de desenho mais modernas evidenciam a preocupação em oferecer um ambiente de ensino-aprendizagem adequado ao preparo do profissional para o ofício.
UntitledO Laboratório de Automação do curso de Eletrotécnica retrata um contexto tecnológico que transformou o modo do trabalho nas empresas e indústrias. Os processos de automatização possibilitados pela revolução da microeletrônica ao longo do século XX proporcionou um salto qualitativo no trabalho do técnico, cabendo a tarefa de supervisão dos processos produtivos executados pelas máquinas e controlados por equipamentos de automação. Os equipamentos didaticamente dispostos no espaço físico retratam o modelo de organização pedagógica do ensino-aprendizagem. No trabalho em grupos organizados em bancadas cabia ao professor supervisionar as atividades desenvolvidas pelos alunos.
UntitledA Escola Técnica Federal do Espírito Santo foi criada em 1965 por meio da Lei n.º 4.759, de 20 de agosto de 1965 – Portaria do MEC n.º 239, de 3 de setembro de 1965. Dando continuidade às transformações da rede federal sua criação evidenciou um novo modelo de educação profissional em substituição ao modelo varguista instituído pela reforma Capanema, em 1942. O contexto social, político e econômico requeria da educação profissional um alinhamento com o projeto desenvolvimentista dos governos militares, pós-golpe de 1964. Os cursos vocacionais denominados de ginásio industrial e os cursos técnicos industriais foram paulatinamente substituindo os cursos básicos industriais e os cursos de aprendizagem, evidenciando a necessidade de um trabalhador com mais qualificação científica e tecnológica
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